Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS)  Unidade Hortênsias 

  • Ano: 2022
  • Superfície: 4450m²
  • Localização: Santa Maria - RS
  • Arquitetura: Bruno Rossi / Adriano Bueno / Natalia Bueno / Isabela Slywitch / Rafael Kenzo / João Pedro Tofano / Carolina Dantas
  • Consultoria de estrutura: Diogo Valls
  • Renders: Thais Freitas
Projeto desenvolvido para Concurso Nacional de Arquitetura para nova sede da Unidade Hortênsias da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - Brasil

Pensar um edifício escolar é, por natureza, um desafio e um privilégio. 
Pensar este programa inserido no contexto urbano é uma responsabilidade. 

O projeto para o edifício da unidade Hortênsias da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul partiu deste desafio, uma vez que o terreno a ele designado se localiza no centro da cidade de São Francisco de Paula – RS, uma cidade de pequeno porte. A intervenção, portanto, precisa ser pensada à luz de sua escala e urbanidade. O terreno, localizado no cruzamento das ruas José Bonifácio e Três de Outubro, apresenta-se como uma oportunidade de estabelecer relações urbanas com duas de suas faces, criando uma ligação que vai desde a Paróquia São Francisco de Paula, localizada numa cota mais alta, até o pequeno edifício a ser mantido, patrimônio do município, localizado em uma cota mais baixa.

Portanto, o partido inicial do projeto foi inseri-lo no sistema de espaços livres urbano, sendo a criação destes espaços não construídos os indutores da organização do programa. Criou-se, desta forma, um eixo que estabelece uma ligação física e visual, através de uma generosa escadaria, entre a praça da rua José Bonifácio até a cota do patrimônio existente, com acesso direto para a R. Três de Outubro. Ao longo deste eixo foram organizados os programas de uso público ou coletivo, como o auditório e seu foyer, cantina e secretarias. Esta nova praça interna coloca em destaque o edifício preservado, cuja construção, agora despida dos anexos, volta a sua forma original e ganha nova dinâmica de uso ao abrigar o diretório acadêmico, local de encontro e acolhimento aos estudantes.

Se esta praça interna na cota da Rua Três de Outubro tem vocação e intenção de espaço público, o acesso pela Rua José Bonifácio, próxima à esquina, estabelece a entrada da universidade através de uma rampa que se estende a partir da praça recém-criada, espaço conquistado do antigo leito carroçável. Esta cota é reservada, em grande parte, ao generoso acesso, trânsito e permanência de estudantes e funcionários, excetuando-se o trecho ocupado pelos laboratórios, cuja necessidade de escoamento de resíduos produzidos induz proximidade com a rua. Os demais programas organizam-se em duas lâminas transversais ao espaço da praça interna do térreo, numa gradação dos programas de acordo com a necessidade de acesso à funcionários, alunos e professores. No primeiro pavimento estão os programas estudantis de uso coletivo e as salas administrativas. Sobre eles, as salas maiores acompanhadas dos gabinetes de professores e salas de reunião e, por fim, no último pavimento, as salas menores mais o espaço de coworking e descompressão, que ocupam o pavimento todo da lâmina Leste, buscando ser uma varanda que olha para a cidade. As duas lâminas posicionadas desta forma criam uma fachada ao longo de toda a testada do lote voltada para a praça da R. José Bonifácio, compondo sua construção paisagística e, ao mesmo tempo, voltando olhos para o espaço público. No sentido oposto, o edifício olha por cima do casario do centro histórico da cidade e se anuncia de forma sutil sobre os edifícios de gabarito baixo da Av. Júlio de Castilhos.

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